21 de abril de 1789
CONJURAÇÃO MINEIRA
UM CRIME DE LESA-PÁTRIA
Dr. Domingos Vidal Barbosa Lage.
UM BRASILEIRO A SERVIÇO DA NAÇÃO
HEGEMÔNICA.
Primeira Operação Brother Sam.
As famílias Vidal Barbosa Lage e Oliveira Lopes entrosam-se,
por repetidas uniões de casamento desde o século XVIII com a família Ayres
Gomes. Os Vidal Barbosa Lage tiveram um representante ilustre na Conjuração
Mineira, Domingos Vidal Babosa. Os Vidal Barbosa Lage, por seu turno, ligam-se
por parentesco aos Oliveira Lopes que participaram igualmente da Conspiração
Mineira, através do Coronel Francisco Antonio
Lopes e seu irmão Padre Francisco de Oliveira Lopes. Os Vidal Barbosa Lage
foram fundadores de Juiz de Fora e ali exerceram durante cerca de um
século considerável influência política,
econômica e social. Um de seus descendentes, foi o grande
Mariano Procopio Ferreira Lage, pioneiro do
moderno rodoviarismo nacional. Outro, Manuel Vidal Barbosa Lage
tornou-se durante muito tempo, o chefe conservador
do município. Com a projeção social, política e econômica de seus integrantes, os
Vidal Barbosa Lage, ligam-se às principais famílias do Estado,
constituindo uma das células aristocráticas da "gens mineira". Cid Rabelo
Horta – “Famílias governamentais de Minas
Gerais”, página 69 – 2º Seminário de Estudos Mineiros.
O Professor, Historiador e Genealogista Armando Vidal Leite Ribeiro,
autor do primeiro livro de nossa família, editado em 1959 e primo de meu avô,
Sylvio Antunes Baptista Leite, teve um parente colateral na Conjuração Mineira,
Domingos Vidal Babosa, que nasceu em 1761. Natural da Freguesia de Nossa
Senhora da Conceição do Caminho do Matto, conforme declarou em seu depoimento
na devassa da Inconfidência e batizado na Capela de Santo Antonio, no sítio da
família em Juiz de Fora, MG, onde haviam sido balizados seus irmãos Francisco e
José. Condenado como Conjurado foi banido para a ilha de São Thiago onde
faleceu em fins de agosto ou princípios de setembro de 1793 de febre
intermitente no Convento de São Francisco, cerca de oito meses depois de
chegar. Em Ouro Preto, no Museu da Inconfidência, na sala dos Inconfidentes
figura o nome de Domingos Vidal Barbosa ao lado de seus primos irmãos, Padre
José Lopes de Oliveira e Coronel Francisco Antonio de Oliveira Lopes, mas, nos
jazigos que cercam a referida placa, três lajes não contêm gravado nenhum nome.
Uma delas é a destinada aos restos mortais de Domingos Vidal Barbosa Lage, os
quais, por fato inconcebível depois de entregues a um Cônsul Brasileiro em Dakar,
foram extraviados, segundo suposição, na Alfândega do Rio de Janeiro. Domingos
Vidal Barbosa Lage estudou primeiramente em São João d'El-Rey e posteriormente
no Rio de Janeiro indo a seguir estudar medicina em Montpellier na França, onde
se formou médico cirurgião. Conheceu Joaquim José da Maia que também estudava
medicina na mesma escola e que viria a tomar a iniciativa de entrar em conversa
com Thomas Jefferson a 2 de outubro de 1786, quando Jefferson era Ministro dos
Estados Unidos na França, ou seja, Embaixador. Domingos, na verdade, não se
avistou com o Ministro americano. Estudantes brasileiros ambos em Montpellier
podem e devem ter conversado entre si sobre o pedido de apoio americano, mas o
único a se avistar com Thomas Jefferson foi Joaquim José da Maia. O escritor
norte americano John dos Passos, quando visitou o Brasil, preparou uma
conferência sobre este assunto e como era uma das poucas pessoas mais
autorizadas e documentadas sobre Thomas Jefferson, escreveu a biografia deste
escravocrata, que levou suas escravas para Paris, e com elas teve vários
filhos. Esse é Thomas Jefferson, o “Pai da Pátria”, claro, dos Estados Unidos
da América. Na conferência relatou minuciosamente, através da correspondência
oficial do Ministro ao Departamento de Estado tudo quanto ocorrera desde a
carta recebida a 2 de outubro de 1786 e assinada por Joaquim José da Maia com o
pseudônimo Vindek. A correspondência posterior e o encontro, em lugar que não
provocasse atenção, realizado em Nimes, depois da troca de várias cartas, em
março de 1787 na “Maison Carré”, que Thomas Jefferson desejava estudar
detalhadamente. De tudo deu o Ministro conhecimento ao Departamento de Estado,
informando a Joaquim José da Maia não estar autorizado a falar sobre assunto
tão delicado, e que embora os Estados Unidos da América quisessem conservar o
comércio e amizade com Portugal, e o povo americano não pudesse ajudar,
poderia, contudo, estar interessado numa revolução cheia de sucesso no Brasil.
As conversas com Thomas Jefferson referidas no Brasil por Domingos Vidal
Barbosa foram a causa de se ver envolvido na Conjuração Mineira, sua condenação
e morte no banimento. Muita coisa foi escrita a respeito de Domingos Vidal
Barbosa e Thomas Jefferson e o Ministro americano. Foi publicado no Dicionário
Bibliográfico Português em 1840, no volume II, página 202 o seguinte texto:
“Sabia-se de certo que Vidal frequentava assiduamente a casa daquele Ministro
com outros mancebos seus compatriotas que pelo mesmo tempo estudavam em Paris”.
Sacramento Blake, no Volume II de seu Dicionário publicado em 1894, mas
redigido antes de 1883, publicou no Volume I, o seguinte: “Durante sua estada
na França cultivou a amizade do ministro dos Estados Unidos em Paris, amizade
que conservou de volta à pátria, e só por causa dessas relações, talvez, foi
acusado de cumplicidade na conspiração denominada da inconfidência, como tendo
inteligências com o referido ministro relativamente à conspiração”. Domingos
Vidal Barbosa foi envolvido no processo pela declaração inicial de seu
primo-irmão Coronel Francisco Antonio de Oliveira Lopes, não partindo, assim,
de Domingos qualquer declaração inicial quanto às conversas na França ou da
denúncia do Tenente-coronel Silvério dos Reis, da qual nada consta a respeito.
A atuação de Domingos Vidal Barbosa na Conjuração Mineira foi objeto de vários
estudos e referências. Não foi ele quem mencionou a ação de Joaquim José da
Maia cuja atividade tanto assustara ao Visconde de Barbacena, foi o Coronel
Francisco Antonio Lopes de Oliveira quem inicialmente aludiu às relações de
Domingos na França. Domingos foi ouvido duas vezes na Cadeia de Vila-Rica além
das primeiras informações verbais prestadas ao Visconde de Barbacena e o relato
escrito logo a seguir, por ordem do mesmo, no qual silenciou o nome de Manuel
Ignácio, o que tantas suspeitas levantou em torno de sua sinceridade. Depondo
em 8 de agosto de 1789 declarou conhecer “José Joaquim da Maia, filho de um
pedreiro que queria fazer-se um outro Mr. Franklin”. Joaquim José da Maia teve
a infelicidade de falecer em Lisboa quando tentava voltar ao Brasil. O autor do
Dicionário Bibliográfico Português, Inocêncio, escreveu cinquenta anos depois
da Conjuração Mineira, as intimidades de Domingos Vidal Barbosa com Thomas
Jefferson, relações estas que teriam continuado mesmo depois de sua volta ao
Brasil. Domingos Vidal Barbosa foi condenado pela sentença do Tribunal de
Alçada à morte pela forca, sem esquartejamento, mas confiscados seus bens e
declarado infame por si, filhos e netos, mas teve a pena comutada para degredo
por dez anos na ilha de São Thiago, arquipélago de Cabo Verde. Partiu do Rio de
Janeiro para Lisboa na fragata “Golfinho” e daí para Ribeira chegando em janeiro
de 1793. Foi bem recebido pelo Governador Francisco José Teixeira Carneiro, e,
especialmente, pelo secretário do governo, o brasileiro, Dr. João da Silva
Feijó. Com ele ficaram os degredados José Rezende Costa, pai e filho, futuro
Conselheiro Rezende Costa. De junho de 1789 até falecer em fins de 1793 esteve
recolhido às prisões de Vila Rica, Ilha das Cobras, Fortaleza da Conceição e
Cadeia Velha onde recebeu a sentença de condenação. A família de Domingos sendo
muito influente, especialmente o então Sargento-Mor José Vidal Barbosa e seu irmão
Dr. Antonio Vidal Barbosa prestaram apoio a Domingos Vidal Barbosa Lage que
disso teria conhecimento e também recebia informações sobre o andamento do
processo. Deve-se o fim da Conjuração Mineira ao Tenente-coronel Joaquim
Silvério dos Reis, que teve o patriotismo de denunciar a conspiração da
Capitania de Minas nos primeiros meses de 1789, quando tiveram início as
numerosas prisões e interrogatórios de testemunhas, suspeitos e conspiradores.
Talvez sem este gesto, o Brasil seria invadido pela potência hegemônica e não
existiria, sendo todo retalhado e transformado em um monte de “republiquetas”
como as existentes na antiga colônia espanhola na América do Sul.
Bibliografia: LEITE RIBEIRO, Armando Vidal. Família
Vidal Leite Ribeiro, RJ, 1959.
Um comentário:
Jammin' Jars Casino Host Job Fair at Jomero Las Vegas
Jammin' Jars 경기도 출장마사지 Casino Host Job Fair at Jomero Las Vegas 경상북도 출장샵 · 삼척 출장샵 LAS 용인 출장샵 VEGAS, NV – 평택 출장마사지 December 10, 2020 – Jammin' Jars Casino has received a salary increase from
Postar um comentário