Postagem em destaque

A IMPRENSA NA RECÉM INSTALADA REPÚBLICA

  Publicação do jornal “Brazil”, em dezembro de 1891, por ocasião da ida de sua Gerência ao Ministro da Justiça, José Higino: Quanto à impre...

segunda-feira, 13 de abril de 2020

ALMANAK IPUENSE

ALMANAK IPUENSE
1899



TENENTE POMPEO JACOME


Tio avô



Tenente Dr. Jácome Pompeo, irmão mais velho de meu avô, Médico Dr. José Jácome de Oliveira. Foi homenageado pelo “Almanaque Ipuense” em 1899. Nasceu em 01 de maio de 1870 em Campo Maior, Piauí, indo morar com os pais em Santa Quitéria, onde começou os estudos. Como desejasse abraçar a carreira das armas, seu pai consentiu e em 1889 entrava como aluno na Escola Militar do Ceará, sendo promovido a Alferes em 1894 e a Primeiro Tenente em 1899. Era Bacharel em Ciências Físicas e Matemática. Em 24 de julho de 1899, quando tinha uma vida inteira pela frente, morre aos 29 anos num exercício de tiro. “O Almanaque Ipuense rende um culto de homenagem à memória do grande patriota, registra em suas páginas o nome ilustre do infeliz moço, dando sentidos pêsames ao seu digno pai, o Coronel André Jácome”. Ipú -1899.



ESCOLA MILITAR DO CEARÁ


Hoje é o Colégio Militar de Fortaleza
Sumário Histórico do Colégio Militar de Fortaleza

 
 
Autor: JOSÉ DENIZARD MACEDO DE ALCÂNTARA, do Colégio Militar de Fortaleza, da Academia Cearense de Letras e do Instituto Histórico do Ceará.

O Prédio: Origem e Destino

Corria o ano de 1877, assinalado na história cearense pela maior seca registrada na memória das nossas populações. Governava o Ceará o Presidente da Província, o Desembargador Caetano Estelita Cavalcante Pessoa, designado para a função pelo gabinete conservador de 25 de ju­nho de 1875, presidido pelo Duque de Caxias. Em 22 de novembro daquele ano, o presti­gioso comerciante e político cearense Joaquim da Cunha Freire, Barão de Ibiapaba, procura o Presidente da Província e, no desejo de amparar a pobreza da Capital, cuja situação se agravara com a seca, faz a oferta ao governo provincial da quantia de dez contos de réis (10:000$000) e de um terreno localizado entre as Ruas do Sol (atual Costa Barros), da Leopoldina, da Soleda­de (atual Nogueira Acioly) e a Rua do Colégio das Órfãs (atual Santos Dumont), devendo ali o governo provincial construir um Asilo de Mendi­cidade. Terreno e dinheiro eram doados com a con­dição de que, enquanto o edifício não ficasse concluído, seria de exclusiva propriedade do doador e de seus herdeiros, no caso de sua morte. Logo, porém, que estivesse ultimada a constru­ção passaria ao patrimônio da Província do Cea­rá, nos termos da Escritura lavrada pelo Escri­vão Augusto Barbosa de Castro e Silva. As obras foram iniciadas quase imediata­mente, recebendo-se mais donativos e utilizan­do-se nas mesmas o trabalho dos flagelados da seca, não só na construção como no fabrico de telhas e tijolos. Desconhecem-se dados que positivem ter o Asilo de Mendicidade chegado a funcionar. Assim a Lei nº 2.152, de 10/08/1889, determinava a entrega da construção ao Sr. Bispo da Diocese do Ceará para servir de Asilo de Mendicidade. Pou­cos meses depois, já na República, o Decreto nº 04, de 24/02/1890, revogou a Lei citada e restituiu o prédio ao Patrimônio do Estado do Ceará, que não o utilizou até 1892, praticamente aban­donado. Em 17 de março daquele ano, o Vice-Pre­sidente do Estado, capitão Benjamin Barroso, telegrafava ao Presidente Floriano Peixoto, oferecendo-o para sede da Escola Militar, feitas as reformas e adaptações necessárias, aliás já projetadas e orçadas pelo Coronel Carlos Eduardo Saulnier de Pierrelevée, Diretor das Obras Militares, condicionando-se a oferta ao funcionamento ali da Escola Militar. Em 1897, com a extinção da Escola Militar, retorna o imóvel à posse do Estado do Ceará. Somente pela Lei nº 1.931, de 05/11/1921, o poder Legislativo Estadual transferiu em definitivo para o Ministério da Guerra o velho casarão do Outeiro, onde já vinha funcionando desde 1919 o Colégio Militar do Ceará. Em 1894, o edifício constava somente da ala fronteira à Praça da Bandeira, sendo o res­tante cercado por muros, sem nenhuma edificação interna. Mesmo esta frente não estava terminada: segundo documentação da época, apresentava 31 janelas do lado direito e 10 do esquerdo. A parte central da frente, com andar superior, é de 1910, completado o segundo andar na reforma iniciada em 1958. Numerosas modificações, obras novas e ampliações, foram feitas ao longo do tem­po pelos Estabelecimentos de Ensino que ali funcionaram, destacadamente pelo antigo Colégio Militar do Ceará, Escola Preparatória de Cadetes e o atual Colégio Militar de Fortaleza. Nesta histórica edificação, a partir de 1892, funcionaram quatro Estabelecimentos de En­sino do Exército: a Escola Militar do Ceará, o Colégio Militar do Ceará, a Escola Preparatória de Cadetes de Fortaleza, o Colégio Militar de Fortaleza; dois estabelecimentos civis de ensino: o Colégio Nossa Senhora de Lourdes e o Colégio Floriano. Nela aquartelaram a Policia Mili­tar do Ceará e o 9º Regimento de Artilharia Montada.


RAÍZES HISTÓRICAS

As raízes históricas deste estabelecimento de ensino remontam ao fim do Brasil império, quando foi criada pelo Decreto 10177, em 1 de fevereiro de 1889, a ESCOLA MILITAR DO CEARÁ tendo sido seu primeiro diretor João Nepomuceno de Medeiros Mallet. Em 1898 foi extinta e nos vinte anos que sucederam à extinção, funcionou no prédio o Colégio Nossa Senhora de Lourdes, a força pública do Estado do Ceará e o 10º Regimento de Artilharia Montada da Polícia Militar.
Ao longo da existência da Escola Militar do Ceará (EMC), vários professores (lentes) e instrutores tiveram grande destaque. Entre eles estão: Adolfo Luna Freire; Antônio Augusto de Vasconcelos; Bezerril Fontenele; Joaquim Catunda; Franco Rabelo; Thomaz Pompeu; alguns dos antigos mestres da EMC foram fundadores da Academia Cearense de Letras (ACL).
No ano de 1919, foi criado o Colégio Militar do Ceará (CMC), iniciando o ano letivo em 1 de junho, data de inauguração e, como tal festivamente comemorada. Destacou-se, neste período, o General de Divisão, graduado e reformado, Eudoro Corrêa, que exerceu o comando por mais de treze anos – 1923 a 1936 - fato pelo qual o CMF é conhecido por seus integrantes como “Casa de Eudoro Corrêa”. O CMC foi extinto em 1938. Neste período de extinção, funcionou no prédio o Colégio Floriano.
Os professores do CMC tiveram grande destaque na sociedade local. Muitos viraram nome de ruas em Fortaleza: Martinz de Aguiar; Beni Carvalho; Engenheiros Alberto Sá e Santana Júnior; Guilherme Moreira da Rocha; Mozart Solon; Parsifal Barroso; Raimundo Cela, dentre outros.
Em 1942, retorna ao Estado do Ceará o ensino militar com a criação da ESCOLA PREPARATÓRIA DE FORTALEZA - EPF. A reestruturação do ensino militar do Exército levou à extinção, em 1961, da EPF e ao ressurgimento, em 17 de novembro do mesmo ano, do Colégio Militar de Fortaleza - CMF.
Em 1989, ampliando a sua ação, o CMF passou a receber alunas.

Estrutura

A parte central da fachada principal começou a ser construída em 2 de dezembro de 1877, sendo a data de lançamento da pedra fundamental uma homenagem ao imperador D. Pedro II. Inicialmente, o edifício teve como finalidade abrigar retirantes da seca que chegavam a Fortaleza. Somente em 1892, passou a sediar a Escola Militar do Ceará que funcionara, até então, onde hoje é a 10ª Região Militar. Na virada do século XIX para o século XX, o prédio era conhecido na cidade como “O Casarão do Outeiro”, devido a ser uma referência no bairro (do Outeiro). Com a fachada áurea, reformada em função daquela existente na década de 1930, o Colégio Militar de Fortaleza alia o passado histórico e a modernidade. Suas salas de aula são grandes e projetadas para alta performance acústica, com dobras no teto no intuito de maximizar a fala do palestrante.   

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Menagem Recebida. Será respondida o mais breve possível