ADVOGADO ANDRÉ FERNANDES SILVA
JACOME
Pai de José Silvio Leite Jacome
Meu pai, André Fernandes Silva
Jacome, eu aos 2 anos e minha mãe Beatriz Leite Jacome. Passeio na Avenida
Atlântica, Copacabana.
Aluno do Colégio Pedro II; Bacharel em Direito, pela Faculdade Nacional
de Direito; Especialista em Direito Público pela Fundação Getúlio Vargas;
Especialista em Segurança Nacional pelo DASP; Funcionário do Ministério da
Justiça e Negócios Interiores, Professor do DASP, Diretor do Departamento de
Administração da Comissão Federal de Abastecimento e Preços – COFAP - depois
SUNAB, Chefe da Seção de Controle da Divisão Aerodesportiva da Diretoria de
Aeronáutica Civil; Diretor do Departamento Aerodesportivo do Departamento de
Aviação Civil; Chefe da Seção de Previsão Orçamentária da Divisão do Orçamento
do Departamento de Administração do Ministério da Justiça e Negócios
Interiores; Chefe da Divisão de Controle do Departamento de Fiscalização da
Comissão Federal de Abastecimento e Preços; Chefe da Divisão do Orçamento do
Departamento de Administração da Comissão Federal de Abastecimento e Preços;
Assessor-Técnico da Presidência da Comissão Federal de Abastecimento e Preços;
Assessor-Técnico do Diretor do Departamento de Administração da Comissão
Federal de Abastecimento e Preços; Chefe da Divisão do Pessoal do Departamento
de Administração da Comissão Federal de Abastecimento e Preços; Assistente-Técnico
(Vice-diretor) da Seção de Segurança Nacional do Ministério da Justiça e
Negócios Interiores; representante do Ministério da Justiça e Negócios
Interiores junto à Escola Superior de Guerra; Cursou a Escola Superior de
Guerra em 1965, cursando o “Curso de Informações”, onde realizou trabalho cujo
título é “Legislação Brasileira e Segurança Nacional”. Nasceu no Rio de
Janeiro, RJ, em 13 de dezembro de 1913, faleceu em Niterói, RJ, em 10 de
novembro de 1983. Nasceu no Rio de Janeiro, porque sua mãe veio só para ele
nascer e logo após o nascimento retornou para Sobral, no Ceará, onde moravam,
pois, meu avô José Jacome era médico e por 2 vezes foi Prefeito de Sobral. A 1ª
entre 1916 e 1920 e a 2ª entre 1928 e 1930, quando foi apeado da Prefeitura
pela “Revolução de 1930”, cuja chefia foi dada a um dos maiores ditadores da
história republicana do Brasil. Meu avô faleceu em 30 de setembro de 1933 de infarto aos 48 anos perseguido pela ditadura do nefasto Getúlio Dornelles
Vargas. Meu pai na Semana Santa de 1974 teve uma isquemia, após dois anos de
aposentadoria, por não suportar no que se transformou o movimento que ele e a
sua família apoiaram em “31 de março de 1964”, isto se deveu a edição do Ato
Institucional nº 5, no dia 13 de dezembro de 1968, justamente no seu
aniversário de 55 anos e que desencadeou todo um processo de cerceamento ao
cidadão brasileiro, o qual foi por ele durante quatro anos vivenciado, em
virtude de ser da chamada “Comunidade de Informações” e posso garantir que o
que ele tomou conhecimento e por ser um democrata, o seu “Eu”, não suportou. O
que podemos observar é que o fechamento do regime aconteceu após a morte do
Marechal Humberto de Alencar Castello Branco, em 1967. O meu pai foi durante o
Governo Castello Branco, nomeado por este Presidente, membro de Inquéritos
Policiais Militares e Comissões Gerais de Investigações e acreditava, como
muitos que fizeram a “Revolução de 1964” e esse era o desejo do Presidente, do
retorno do Brasil à democracia, mas foi o que exatamente não aconteceu. No
início da Ditadura Militar já aconteceu o seu primeiro senão ao Regime imposto
aos brasileiros por um Golpe Militar, que foi a sua participação na Comissão
Geral de Investigação que investigou o Engenheiro Leonel de Moura Brizola.
Queriam obriga-lo a colocar no Relatório que este senhor era Comunista e
“ladrão”, o que discordou totalmente e o levou a ficar revoltado, e chegando em
casa desabafou comigo, seu filho, da seguinte maneira: “O Brizola pode ser
tudo, menos Comunista e ladrão, pois é dono de milhares de cabeças de gado e
suas fazendas ultrapassam três países e não ia se sujar por dez merrecas”,
foram suas palavras de revolta, que eu nunca esqueci. Outro momento infeliz que
o atingiu muito foi quando participou do IPM que cassou o Coronel Rui Moreira
Lima que ele conhecia muito bem da Aeronáutica. No IPM ele votou contra a
cassação, mas dois Generais votaram a favor da cassação, meu pai perdeu por
dois a um (2 X 1), e o Coronel, no meu entender ouvindo o meu pai, foi
covardemente atacado por Oficiais Generais do Exército. Foi um Militar íntegro
e que participou com heroísmo da II Guerra Mundial. Ao chegar em casa desabafou
comigo, seu filho, dizendo que a cassação foi uma forma de perseguição entre as
Armas, o que o abalou muito, ficando muito revoltado com esse ato da Ditadura
Militar. Felizmente o Coronel Rui Moreira Lima foi anistiado pela Lei da
Anistia de agosto de 1979 e promovido a Major-brigadeiro. Outro caso que o
abalou muito foi a cassação do Ministro do Supremo Tribunal Federal Evandro Lins
e Silva, um grande amigo perseguido pelo Regime implantado no Brasil a partir
de 1 de abril de 1964.
Meu pai era Filho do Médico José Jacome de Oliveira, nascido em Sobral,
Ceará, em 14 de janeiro de 1885 e falecido em Sobral, Ceará, em 30 de setembro
de 1933 e de Leonília Fernandes Silva Jacome, nascida no Rio de Janeiro, RJ, em
01 de maio de 1894 e falecida em 27 de julho de 1981 no Rio de Janeiro, RJ.
Meu pai teve os seguintes irmãos:
Margarida Fernandes Silva Jacome.
Sem descendentes.
Maria Fernandes Silva Jacome,
Professora do Distrito Federal. Sem descendentes.
Elmano Fernandes Silva Jácome, Coronel
R/1, Aspirante de 1947 da AMAN. Não deixou descendentes.
Leda Fernandes Silva Jacome,
casada com o médico Odilon de Souza Miranda, os quais tiveram duas filhas,
Rosali Jacome de Miranda, Médica e Gisele Jacome de Miranda, Empresária
Artística.
Trabalho de meu pai na Equipe do
Ministério da Justiça e Negócios Interiores durante o Curso de Informações na
Escola Superior de Guerra em 1965.