COLÉGIO SYLVIO LEITE
Fundado em 1904
Professor Sylvio Leite
Avô de José Silvio Leite Jacome
Aos 50 anos
1930
Bisneto do Coronel Custódio Ferreira Leite
Professor Sylvio Leite e alunos
Professor Sylvio Leite e alunos
À sua direita sua filha Sylvia Leite
Professor Sylvio Leite e alunos
Professor Sylvio Leite e alunos
Professor Sylvio Leite e alunos
Desfile do Colégio Sylvio Leite na Semana da Pátria em 4 de setembro de 1940
Colégio Sylvio Leite - Petrópolis - RJ
Colégio Sylvio Leite - Petrópolis - RJ
Colégio Sylvio Leite - Méier - RJ
Colégio Sylvio Leite - Tijuca - RJ
Colégio Sylvio Leite - Tijuca - RJ
Esquina das Ruas Mariz e Barros com Barão de Ibituruna
Colégio Sylvio Leite - Méier - RJ
Colégio Sylvio Leite - Méier - RJ
Colégio Sylvio Leite - Méier - RJ
Colégio Sylvio Leite - Méier - RJ
Colégio Sylvio Leite - Méier - RJ
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Homenagem
do Professor Plínio Ribeiro Baptista Leite ao seu pai, Professor Sylvio
Antunes Baptista Leite, em mensagem a seus irmãos.
Transcrito
do original em poder do Instituto
Morreu
Sylvio Leite
25
de novembro de 1968 foi um dia de luto para a família plinioleitense com o
sentido desaparecimento d’aquele que me precedera na gloriosa e valiosa
missão de instruir a nossa mocidade.
Sylvio
Leite, filho de fazendeiro de Sapucaia, que também se desdobrava em professor
primário autodidata, foi a mais digna representação do que seja um grande
professor e um orador dos mais fluentes e entusiastas.
Em
toda sua longa vida de 88 anos, 5 meses e 20 dias, Sylvio Leite só fez
ensinar, e, como ensinava! Ainda me lembro e comigo todos que tiveram a
ventura de ser seus alunos, o que eram suas aulas de Francês, língua em que
foi um dos maiores cultores em nosso país. Como cultuava Corneille, Racine,
Moliére e Victor Hugo! Suas aulas de geografia, de história, de português e
de latim em nada deviam às de francês. Falava corretamente, além do português
e francês, o espanhol, o alemão e o inglês. Enfim era um professor completo e
de rara competência.
Dentro
de uma sala de aula, era um astro de primeira grandeza que a todos os seus
alunos empolgava.
Disciplinador
rigoroso sempre pregou e fez existir em seu Colégio o princípio da
autoridade! Quando ele chegava, com seus passos rápidos e enérgicos, houvesse
o que houvesse, tudo se transformava e o ambiente mais anarquizado ou
indisciplinado se convertia em ordem, respeito e amizade, pois ao lado de seu
rigor e intransigente autoridade havia um grande coração! Em seu Colégio
nunca houve quem fosse afastado por falta de recursos, chegando, muitas
vezes, a ser vítima da exploração contra a qual tinham de lutar seus
colaboradores e pessoas da família.
No
tempo em que um Colégio valia pelo seu Diretor apenas como um grande
professor, ele brilhou sempre como estrela de 1ª grandeza e seus alunos, nos
exames oficiais, concursos ou outras provas, obtinham sem exceção os melhores
resultados. Com o evoluir da educação nacional, tiveram os Colégios de se
organizar para fazer face às novas exigências da vida e Sylvio Leite começou
a reagir: ele só conhecia uma tesouraria representada pelo seu bolso
guardando o que lhe pagavam e uma memória privilegiada tudo contabilizando,
aliada a uma secretaria representada pelo valor intelectual dos alunos que
ele preparava através de seu trabalho pessoal e de uns poucos professores por
ele muito bem selecionados.
Fora,
até então, sem favor algum, a maior das maiores estrelas do firmamento
educacional brasileiro, mas, a partir de 1932, se foi desiludindo e aos
poucos de tudo se foi afastando, até que, em 1948, desaparecia o último
reduto de suas atividades: o Colégio Sylvio Leite, da “BOCA DO MATO” que ele
construíra com todo carinho e que resolveu acabar, vendendo o imóvel ao SESC,
em 1946.
Em
1904, no então Palacete Lisbonense, na esquina da Av. Rio Branco com Rodrigo
Silva, começou Sylvio Leite seu primeiro curso organizado representado por
uma grande sala onde, na parte dos fundos residia e na parte da frente
separadas por um tabique de madeira colocaria as primeiras carteiras de sua
propriedade. Foi nessa sala que nasci a 22 de abril de 1904, já sob o fulgor
e o brilho de sua grande inteligência, recebendo assim a enorme
responsabilidade de procurar seguir sua obra o que tenho tentado realizar se
bem que em proporções modestas.
Em
1908, associado a Antonio Pereira Caldas, alugava o sobrado da Rua do Rosário
nº 140, onde instalaram o “Externato Minerva”. Começava ele aí a possuir uma
organização educacional e trabalhar em equipe.
Em
janeiro de 1914, convencido de que o “Externato Minerva” não mais comportava
a realização de seus ideais foi para a Rua Mariz e Barros onde alugou o
prédio de nº 258, aí instalando o “Colégio Sylvio Leite”, instituição que foi
das mais prestigiosas e famosas de seu tempo – d’ali saindo grandes figuras
que ainda hoje pontificam em todos os setores de atividades do País.
Em
poucos anos o Colégio se expandia, primeiro incorporando o prédio da esquina
da Rua Barão de Ibituruna, onde um tradicional pé de fruta pão era o encanto
da garotada do meu tempo com o nosso foot-ball de salão da época. Como era
dura a bola e que resistência tinham nossas canelas! E o professor Cameira a
cada momento nos alertava da vinda de Sylvio Leite – dizendo: é proibido
jogar foot-ball com os pés. Papai sempre fora contra o foot-ball e só por 2
vezes foi ao América Football Club: em 1914 e em 1952, todas duas por minha
causa.
Foi
nessa esquina de Mariz e Barros com Barão de Ibituruna que se construiu a 2ª
quadra de basketball da América Latina sob a orientação de Mr. William Kouri,
pois a 1ª foi a da Associação Cristã de Moços, criação de Mr. Sims logo
seguida do América Football Club com a quadra improvisada no gramado de
foot-ball, sob a orientação de Alfredo Kholer.
Dessas
3 instituições: Associação Cristã de Moços, Colégio Sylvio Leite e América
Football Club, partiu o basketball brasileiro para os dias gloriosos de hoje.
Pouco
a pouco o Colégio cresceu e foi incorporando todos os prédios vizinhos até
chegar próximo ao Asilo Isabel.
Durante
a 1ª grande guerra, Sylvio Leite se meteu a industrial da malacacheta em
Espera Feliz (Minas Gerais) e tudo que ganhou enterrou no Colégio comprando
os prédios que ocupava e o famoso terreno da Rua Campos Salles por nós
chamado da Estância, por que lá existia uma estância de lenha. Era o paraíso
dos amantes das peladas clandestinas em horas de aulas e aí nos deliciávamos
com as primeiras transmissões telefônicas e telegráficas, sempre
interrompidas pelo aparecimento imprevisto de papai.
Em
1927, querendo servir à Petrópolis e a um velho amigo, fundou em fevereiro, o
Colégio Sylvio Leite de Petrópolis, no prédio onde funcionara o Atheneu
Brasileiro de propriedade de Frederico Ribeiro. Em março de 1929, vítima de
grande prejuízo que lhe dera o amigo que o representava, resolveu fechar o
Colégio de Petrópolis do que resultou ser aberto no mesmo local, em 15 de
abril de 1929, o Colégio Plínio Leite que, em fevereiro de 1945, passou a ser
o atual Colégio Carlos A. Werneck.
Em
1942 resolveu extinguir o Colégio Sylvio Leite da Rua Mariz e Barros,
vendendo inclusive os imóveis.
Com
a extinção, em 1948, do Colégio da Boca do Mato, recolheu-se Sylvio Leite à
vida privada, afirmando sempre que viveria 150 anos e se lamentando de ter
acabado com seus Colégios.
Da
casa da Rua Aquidabã, que adquirira em 1910, só saiu para morrer, pois já
d’ali foi removido, em pré-coma, no dia 23 de novembro de 1968, falecendo no
dia 25 de novembro de 1968, às 18:0 horas.
Descido
seu corpo à última morada, na tarde de 26 de novembro de 1968, sob o olhar
triste e as faces banhadas de lágrimas de seus filhos, parentes e de muitos
ex-alunos ali presentes, fechava-se o ciclo de vida terrena de um mestre que
sempre encheu de orgulho aos seus discípulos de poderem ostentar o título de
ex-alunos de Sylvio Leite e que foi uma das maiores culturas de nosso tempo e
um dos maiores mestres do Brasil!
Hoje,
justamente no 30º dia de sua morte, registro nessas rápidas e sinceras
palavras toda minha dor, como filho e como professor, pelo desaparecimento
aliado ao meu orgulho de ter sido seu discípulo e, como filho e modesto
professor, a esperança de poder continuar sua obra transmitindo a meus filhos
e netos a missão que dele um dia recebi por obra e graça de Deus!
Niterói,
25 de dezembro de 1968
Plínio
Leite
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